Estudo: Redução de plástico só com reutilização em massa

A redução da poluição por plástico só será possível com a adoção em massa de sistemas de reutilização, indica um estudo, que rejeita a reciclagem como solução.

O estudo foi publicado pelo Centro de Política Global de Plásticos, da Universidade de Portsmouth, Reino Unido, numa colaboração com o movimento “Break Free From Plastic”.

Especialistas citados no estudo dizem que a revolução das embalagens reutilizáveis está próxima.

As embalagens são responsáveis por 40 por cento de todo o plástico na União Europeia (UE) e os resíduos de embalagens de plástico deverão aumentar 46 por cento até 2030, de acordo com a Comissão Europeia (CE).

A Comissão indicou que os dez artigos de plástico de utilização única mais frequentemente encontrados nas praias europeias, juntamente com as artes de pesca, representam 70 por cento de todo o lixo marinho na UE. Os sistemas de reutilização poderiam reduzir a poluição por plásticos em 30 por cento até 2040, indica o documento divulgado.

Os investigadores alertam que é necessária uma abordagem faseada para que toda a economia mude de sistemas de embalagens de utilização única para embalagens reutilizáveis, o que pode reduzir significativamente os impactos do plástico no clima, ambiente, biodiversidade e saúde, notando que já há muitos sistemas de reutilização desenvolvidos que funcionam e que podem ser alargados.

“Fundamental para os verdadeiros sistemas de reutilização é o empréstimo de embalagens aos consumidores, que são devolvidas várias vezes até se atingir um ‘ponto de equilíbrio’ sustentável”, diz um comunicado sobre o estudo.

Os especialistas consideram que as embalagens da próxima geração devem ser padronizadas, empilháveis e etiquetadas eletronicamente, e devem ser duradouras, leves, laváveis e não tóxicas.

Os autores do estudo dizem que a globalização da reutilização deve começar por locais como estádios de futebol ou de festivais de música, com um potencial para gerar aceitação do público.

A mudança deve ocorrer primeiro nas cidades e vai demorar a generalizar-se, exceto em ambientes fechados como escolas, hospitais ou áreas de restauração em centros comerciais, onde deve ser rápida. No setor da “fast food”, os investigadores preveem dificuldades, porque as embalagens acabam por se dispersar. Por isso, propõem que o consumidor pague uma taxa quando faz o pedido por aplicações e não devolve a embalagem.

No documento considera-se que as empresas de distribuição terão um papel importante na economia de retorno e reutilização, recolhendo as embalagens enquanto fazem entregas.

A maioria (82 por cento) dos especialistas ouvidos para o estudo salientou os custos elevados e a mudança de infraestruturas para as embalagens reutilizáveis, enquanto outros se afirmaram preocupados com a higiene e a perda de identidade da marca.

Mas todos criticaram os governos por falta de visão e por investirem demasiado na reciclagem e na incineração, que são frequentemente obstáculos à reutilização.

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