LIFE LINES: proteger a fauna das infraestruturas lineares

LIFE LINES é um projeto cofinanciado pela União Europeia e liderado pela Universidade de Évora que tem por objetivo ensaiar, avaliar e disseminar medidas destinadas a mitigar efeitos negativos de infraestruturas lineares em várias espécies de fauna. Ao mesmo tempo, pretende-se promover a criação de uma infraestrutura verde que suporte o incremento e conservação da biodiversidade do território em que atua.

O projeto decorre até 2020 e conta com o envolvimento de diversos parceiros, como as autarquias de Évora e Montemor-o-Novo, a Infraestruturas de Portugal, a marca – Associação de Desenvolvimento Local de Montemor-o-Novo, a Universidade de Aveiro, a Universidade do Porto e a Infraestruturas de Portugal. Desde outubro, conta também com o envolvimento da REN, numa parceria orientada para o estudo e conservação de comunidades de animais debaixo das linhas de transporte de energia.

Envolvimento dos atores relacionados com o problema

O projeto desenvolve-se numa base de conhecimento sobre a fauna e a flora da área em estudo, após anos de recolha de dados sobre mortalidade da fauna. Os promotores do projeto entenderam que seria importante envolver os atores diretamente relacionados com este problema. Por essa razão, determinadas ações serão desenvolvidas por estes atores. Um exemplo é a potenciação de bermas e parcelas marginais de infraestruturas rodoviárias em zonas de abrigo, refúgio, alimentação e/ou deslocação, desenvolvida pela Infraestruturas de Portugal, que integra tarefas relacionadas com o controlo e erradicação de núcleos de espécies exóticas invasoras. Também é responsabilidade da Infraestruturas de Portugal o desenvolvimento de uma aplicação móvel para promoção da recolha de dados de mortalidade. O desenvolvimento desta ferramenta envolve trabalhos complementares de definição de funcionalidades, desenvolvimento, ensaio e operacionalização de uma aplicação móvel que possibilite a recolha expedita de dados quer pelos profissionais quer pelo público em geral. Está ainda prevista a ligação dinâmica desta ferramenta à plataforma nacional de dados desenvolvida pela Universidade de Évora no âmbito do LIFE LINES.

O envolvimento da REN surge no âmbito da ação, coordenada pela Universidade de Évora, de promoção de “ilhas” de biodiversidade sob traçados de linhas de alta tensão.  O objetivo é potenciar uso de áreas marginais associadas à presença de postes de linhas de média e alta tensão, sem uso agrícola ou pecuário de relevo mas inseridas numa matriz onde esse uso não só existe como é por vezes nocivo da presença de populações de micromamíferos, herbáceas autóctones e/ou de comunidades de invertebrados. A REN terá o papel de contactar os proprietários dos terrenos atravessados pelas linhas de transporte de energia na área de intervenção do projeto. Com a colaboração dos proprietários dos terrenos atravessados pela linha Palmela – Évora e Estremoz-Divor, a ideia será semear e plantar várias espécies de plantas autóctones, sob os postes localizados em áreas com pouca cobertura vegetal. Espera-se que estes locais possam ser ocupados de forma permanente, ou funcionar como corredores para alguns animais de pequeno porte incluindo borboletas, aves, roedores, musaranhos, etc., promovendo assim um incremento de espécies através da criação de habitats nas áreas intervencionadas. 

Além das ações concretas, o projeto inclui trabalhos de monitorização alargados e atualmente em curso, que servirão para avaliar as medidas implementadas em termos ecológicos, nas funções de ecossistemas e ao nível socioeconómico. O LIFE LINES vai também ser disseminado junto da comunidade académica e de outros atores envolvidos neste tipo de problemáticas

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