Pacto português reduziu plásticos de uso único em 61 toneladas num ano

Os membros do Pacto Português para o Plástico (PPP) reduziram em 2021 em 61 toneladas os “plásticos de uso único considerados problemáticos e/ou desnecessários” colocados no mercado face a 2020, indicou um relatório agora apresentado.

Em 2020, quatro por cento das embalagens e itens colocados no mercado pelos membros do PPP eram plásticos de uso único considerados problemáticos e/ou desnecessários, percentagem que passou para três por cento em 2021.

“[É] uma redução de 61 toneladas face ao ano de 2020 e que nos aproxima da meta dos zero por cento traçada para 2025”, afirmou a coordenadora do Pacto Português para os Plásticos, Patrícia Carvalho, citada no comunicado de divulgação do segundo relatório de progresso da iniciativa lançada em fevereiro de 2020.

Um primeiro relatório sobre o desempenho dos membros do PPP foi apresentado no final de novembro de 2021.

Nesse ano, os membros do PPP colocaram no mercado 93 872 toneladas de embalagens de plástico, que representam apenas 22 por cento do total.

Ainda assim, quase todas as principais cadeias de supermercados fazem parte dos 46 membros efetivos do PPP (“produtores e distribuidores de matérias-primas, indústria, marcas, retalho, entidades gestoras, operadores de gestão de resíduos, recicladores”), que conta ainda com 65 elementos institucionais (universidades, centros de investigação, associações setoriais, municípios, agências públicas, organizações não-governamentais).

Em relação aos “plásticos de uso único considerados problemáticos e/ou desnecessários”, o relatório assinala uma “redução de 92 por cento relativa às embalagens em PVC face ao ano anterior”, bem como a eliminação de diversos artigos, como copos em EPS (plástico celular rígido) e XPS (esferovite) e cotonetes com bastão de plástico, entre outros.

Face ao objetivo de até 2025 colocar no mercado apenas embalagens cem por cento reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis, o relatório indica que a percentagem aumentou cinco pontos percentuais entre 2020 e 2021 (de 52 por cento para 57 por cento), adiantando que tal “corresponde a um crescimento de dez por cento”, o que é considerado “um resultado positivo”.

Ao contrário, a reciclagem de embalagens de plástico em Portugal diminuiu dois pontos percentuais de 2019 para 2020 (“último ano com dados disponíveis”), de 36 por cento para 34 por cento, o que é justificado com as circunstâncias da pandemia da covid-19. Pretende-se atingir até 2025 uma taxa igual ou superior a 70 por cento.

“Acreditamos que em 2021 e 2022 iremos ter melhores quantitativos, devido ao investimento que várias entidades, incluindo o PPP, se encontram a realizar em campanhas de comunicação e sensibilização nesta temática e às adaptações, mudanças e melhorias que o setor tem vindo a sofrer, no sentido de otimizar a gestão de resíduos, nomeadamente de embalagens de plástico”, disse Patrícia Carvalho.

Concretamente, é referida a criação do grupo de trabalho “Reciclagem & 100% Reciclável”, o desenvolvimento de documento sobre “preocupações, barreiras e prioridades de investimento da cadeia de valor de plásticos nacional, por forma a garantir o incremento da taxa de recolha, triagem e reciclagem das embalagens de plástico” a apresentar aos membros do PPP e à tutela e a campanha de comunicação “Recicla o Plástico”, lançada em 2022 e que continua este ano.

O relatório indica igualmente que, em 2021, em média, foi incluído “11 por cento de plástico reciclado nas embalagens em plástico colocadas no mercado pelos membros do PPP”, a mesma percentagem do ano anterior, sendo o objetivo “incorporar, em média, 30 por cento de plástico reciclado nas novas embalagens” deste material até 2025.

Segundo a coordenadora do PPP, “o Pacto Português para os Plásticos destaca-se positivamente, já que, decorridos três anos da iniciativa, se mantém o compromisso de todos os membros do Pacto, no sentido de atingir a sua visão, sendo que os seus esforços nunca abrandaram, mesmo com o contexto social e económico vivido”.

Patrícia Carvalho assinalou a duplicação do número de membros desde o lançamento da iniciativa, o seu investimento em “inovação e boas práticas” e a “diversidade de atividades e ações desenvolvidas”, algumas das quais, disse, “com reflexos positivos e resultados já visíveis em algumas das metas estabelecidas”.

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