FAO apela à redução do uso de antimicrobianos nos sistemas agroalimentares

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apelou a uma redução do uso de antimicrobianos no setor agroalimentar e a construção de sistemas de produção “mais sustentáveis”.

O diretor-geral da FAO, QU Dongyu, ao falar na sexta reunião do grupo de líderes de Resistência Antimicrobiana (RAM), em Barbados, defendeu que o aumento da resistência antimicrobiana é “uma das dez principais ameaças à saúde global”.

A RAM ocorre quando microrganismos (bactérias, fungos, vírus e parasitas) sofrem alterações quando expostos a antimicrobianos (como antibióticos, antifúngicos ou antivirais), tornando-se resistentes a tratamentos antimicrobianos aos quais eram previamente suscetíveis.

“A FAO está totalmente empenhada em trabalhar com os seus parceiros para criar sistemas agroalimentares mais eficientes, inclusivos, resilientes e sustentáveis para uma melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e melhores vidas para todos”, disse o diretor.

Para a FAO, cuja sede regional é em Santiago do Chile, “o crescente uso e abuso de antimicrobianos e outros fatores de ‘stress’ microbiano, como a presença de metais pesados, “criam condições favoráveis para que os micro-organismos desenvolvam resistência”.

A organização indicou ainda, em comunicado, que desenvolveu uma plataforma informática para “fazer face à falta de informação existente sobre esta matéria nos sistemas agroalimentares”.

De acordo com o relatório “Global Research on Antimicrobial Resistance”, a RAM afeta desproporcionalmente países de baixa e média renda e contribui para quase cinco milhões de mortes por ano.

O Banco Mundial, lembrou a FAO, estima que a RAM vá levar 24 milhões de pessoas à pobreza extrema até 2030 se não forem tomadas medidas hoje.

Newsletter Indústria e Ambiente

Receba quinzenalmente, de forma gratuita, todas as novidades e eventos sobre Engenharia e Gestão do Ambiente.


Ao subscrever a newsletter noticiosa, está também a aceitar receber um máximo de 6 newsletters publicitárias por ano. Esta é a forma de financiarmos este serviço.