Chuvas de inverno deixam Algarve com água para dois anos

  • 05 março 2021, sexta-feira
  • Água

As reservas de água para abastecimento público no Algarve registaram um “aumento significativo” devido à chuva dos últimos meses e permitem garantir o consumo na região por, pelo menos, dois anos.

Em declarações à Lusa, a porta-voz da Águas do Algarve Teresa Fernandes referiu que o incremento do nível das barragens do Algarve neste inverno foi “bastante significativo”, estimando que as reservas sirvam para “dois anos”, numa região que tem “um consumo médio de 73 milhões de hectómetros cúbicos [de água] por ano”.

Segundo a porta-voz da empresa, embora as precipitações registadas ainda não tenham sido “as ideais”, trouxeram “um aumento significativo das reservas para abastecimento público”, com a subida do nível das barragens de Odelouca, no barlavento (oeste), e Odeleite e Beliche, no sotavento (este) algarvio.

Em fevereiro, a barragem de Odelouca estava “com um volume útil, que é aquele que se consegue captar, a 63 por cento”, enquanto “no mesmo período do ano passado estava com 40 por cento”, exemplificou a porta-voz da empresa responsável pelo sistema intermunicipal de abastecimento de água em alta da região.

“Depois temos [a barragem de] Odeleite, que neste momento está com um volume útil de 60 por cento e, no passado, no mesmo período, estava a 27 por cento”, ilustrou, acrescentando que, “no Beliche, a barragem que está a jusante de Odeleite, no ano passado estava com 24 por cento e este ano está já com 52 por cento”.

Teresa Fernandes alertou, no entanto, para a necessidade de “não se poder abusar no consumo de água”, advertindo que os “períodos de seca são cíclicos e cada vez mais longos” e a água deve ser utilizada “com resiliência, eficiência e inteligência” porque “não se pode poupar quando ela não existe”.

“Não é nos períodos de seca que vamos dizer ‘não gastem água’, porque nessa altura já não há. É importante é que nesta fase, em que temos água, haja consciência de que é um bem escasso e não abusar do consumo, nem fazer um mau uso. Isso fará com que esta água dure mais anos e, em vez de durar dois, poderá durar três anos”, argumentou.

A porta-voz disse ainda que é necessário prosseguir com as medidas previstas no Plano de Eficiência Hídrica do Algarve, como o combate a perdas nas redes ou a reutilização de água proveniente de Estações de Tratamento de Águas Residuais para a rega ou a agricultura, rematou.

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