Apoio de 4,4ME para erradicar afluências indevidas de águas residuais industriais

  • 30 maio 2022, segunda-feira
  • Água

A articulação entre municípios, indústrias e serviços de águas como forma de resolver os problemas ambientais é um dos eixos do Plano de Ação AGIR, financiado pelo Fundo Ambiental em 4,4 milhões de euros.

O Plano de Ação para a Gestão das Águas Industriais Residuais da Grande Lisboa e Oeste, um apoio técnico e financeiro que terá a duração de quatro anos e que foi agora oficializado na Fábrica da Água em Alverca do Ribatejo, no concelho de Vila Franca de Xira (Lisboa), com a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, decorre de uma parceria entre 23 municípios e a Águas do Tejo Atlântico.

Os 23 municípios que integram o sistema multimunicipal de saneamento da Grande Lisboa e Oeste vão ter um apoio de 4,4 milhões de euros para erradicar as afluências indevidas de águas residuais industriais.

O plano visa, segundo a Águas do Tejo Atlântico, “melhorar a capacidade de resposta operacional das Fábricas de Água, com vista à redução de riscos ambientais provocados pela presença indevida de agentes poluentes no processo de tratamento, pelo que irá ainda promover a formação de técnicos dos municípios e das indústrias no domínio da gestão dos efluentes industriais”.

Na apresentação do Plano, a vogal do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico, Ana Cisa, destacou que este é um projeto-piloto pioneiro em Portugal que vai depender de um trabalho em equipa com os 23 municípios, mas também com as indústrias e entidades gestoras.

O plano vai, segundo a Águas Tejo Atlântico, permitir “salvaguardar a integridade dos sistemas públicos de saneamento, contribuir para uma maior harmonia entre a proteção da saúde pública, a melhoria da qualidade das massas de água e a preservação dos ecossistemas”.

O plano visa o apoio técnico aos municípios e às respetivas entidades gestoras municipais e às indústrias, em articulação com os municípios, a formação a técnicos das entidades gestoras dos serviços municipais e das indústrias no domínio dos efluentes industriais e a caracterização das águas residuais de unidades hospitalares no município de Lisboa.

“As principais linhas do plano AGIR são apoiadas pelo Fundo Ambiental em 4,4 milhões de euros, têm os dois primeiros eixos, que consomem quase a totalidade dos quatro milhões de euros que se dedicam ao apoio técnico aos municípios e às indústrias. Neste pressuposto, contempla também ações de formação conjunta entre técnicos dos sistemas municipais e técnicos das indústrias”, disse Ana Cisa.

Para o efeito, referiu a responsável, foi contratada uma equipa técnica de nove elementos, recursos seniores especializados na área do ambiente e produção industriais que vai trabalhar primeiro sobre o tratamento da informação georreferenciada da indústria.

No caso do município de Lisboa está prevista a “caracterização das águas residuais afluentes às Fábricas de Água provenientes de unidades hospitalares, de forma a prevenir a resposta a eventuais surtos de doenças”.

Segundo a Águas do Tejo Atlântico, a parceria com os municípios vai permitir “salvaguardar a integridade dos sistemas públicos de saneamento, contribuir para uma maior harmonia entre a proteção da saúde pública, a melhoria da qualidade das massas de água e a preservação dos ecossistemas”.

Ana Cisa revelou também que a Águas Tejo Atlântico vai distinguir anualmente com o selo ambiental as indústrias que se tenham destacado no trabalho conjunto com os municípios no domínio dos efluentes industriais.

Em declarações à agência Lusa, a presidente do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico, Alexandra Serra, disse que o plano tem um objetivo nobre: o de trabalhar com os municípios parceiros.

“É um projeto pioneiro, o primeiro em Portugal com este formato. Depende muito de um trabalho de equipa com os municípios para executar as ações previstas. Esperamos mesmo que este projeto possa ser emblemático e escalável para outras regiões do país. É um projeto muito de campo, de terreno virado para a ação”, disse.

Segundo Alexandra Serra, as equipas técnicas da Águas do Tejo Atlântico e dos municípios vão trabalhar juntas, ver com as indústrias os estrangulamentos e trabalhar com estas para fazer o tratamento das águas residuais antes de serem descarregadas.

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