Biorresíduos: da recolha selectiva ao destino final

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A história ensina que os biorresíduos têm sido aproveitados de muitas formas, sendo a mais comum a sua aplicação na agricultura. Lúcio Júnio Moderato, escritor romano, conhecido por Columela (século I D.C.), foi autor de tratados de agronomia onde referia, entre outros aspectos, que as fezes e a urina tinham utilização em: limpeza de dentes; cultivo de plantas (especial menção para as romãzeiras regadas com urina de pessoas idosas); limpeza de tecidos, sendo adicionados pós e cinzas; curtição de peles; fertilização de solos [no Império Romano, havia a profissão de stercorarii (colectores de fezes) e os agricultores, para usar dejectos nos seus campos, pagavam uma taxa, criada pelo imperador Vespasiano. Em Itália, ainda hoje, os mictórios públicos são chamados de vespasiani.

Existem igualmente documentos que atestam a utilização de biorresíduos como fonte de energia tal como se pratica ainda hoje no deserto de Thar, junto à fronteira entre a Índia e o Paquistão: usa-se lenha e excrementos de animais como combustível. Na construção, por exemplo no Templo budista de Dhamma Yan Gyi, no centro histórico de Bagan, Myanmar, a argamassa de alvenaria aí usada foi produzida a partir de uma mistura de areia muito fina do rio, cal, resinas naturais extraídas das árvores locais, leite de noz, baga de arroz, mel e claras de ovo… (...)

Editorial completo da Indústria e Ambiente nº131 nov/dez 2021, dedicada ao tema 'Biorresíduos: da recolha selectiva ao destino final'

Leonor Amaral

Diretora da Indústria e Ambiente / Professora na FCT-UNL

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