Observatório da Energia já está online

O Observatório da Energia, um dos pilares da estratégia de comunicação digital da Adene - Agência para a Energia, foi apresentado publicamente no dia 22 de Fevereiro, num evento que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, com a presença do Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches.

Portal com o maior acervo de informação sobre energia em Portugal

O novo portal, já definido com o “Pordata” da Energia, agrega e trata informação nacional e europeia até agora dispersa em diferentes entidades públicas e privadas, disponibilizando-a de forma estruturada e útil para consulta pública.

Dirigido a decisores políticos, investigadores e academia, agentes e entidades do setor, imprensa e ao público em geral, o Observatório disponibiliza, entre outros, dados estatísticos sobre dependência energética, produção, consumo por setor de atividade, exportação, preços, mercados e infraestruturas e legislação.

De onde vêm os dados?

A principal geradora de dados será a Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), parceiro estratégico do projeto, mas outros dados virão de entidades como a ERSE, o LNEG, centros de investigação, agentes e mercado, associações sectoriais na área da energia ou de entidades europeias como o Eurostat e a plataforma Odysee-Mure, uma base de dados sobre indicadores de energia e avaliação de políticas públicas relacionadas com a eficiência energética.

Centro de Informação para a Energia

“O Observatório da Energia é o segundo pilar de uma estratégia iniciada com o “Poupa Energia” e que culminará no futuro com a criação do Centro de Informação para a Energia. Somos mais do que um agregador da informação. Trata-se de gerir melhor a energia, saber mais sobre a energia, quer seja a sociedade privada, quer sejam os decisores que têm que produzir políticas. Vamos pegar em informação que já é pública, mas está dispersa em várias locais e é atualmente difícil de recolher e tratar, e disponibilizá-la de forma que as pessoas possam facilmente entender”, disse à “Indústria e Ambiente” João Paulo Girbal, presidente da Adene.

Avaliação de políticas públicas de energia

O novo portal terá também uma componente de avaliação de políticas públicas de energia permitindo uma análise conjugada entre políticas e a evolução de indicadores energéticos ao longo do tempo.

“Aliás, o primeiro estudo que vamos fazer tem a ver com a aplicação da tarifa social. Com base nos dados reais que existem queremos perceber se aquilo que foi feito e determinado teve o resultado esperado, ou não”, acrescentou o presidente da Agência para a Energia.

No discurso de abertura de apresentação do Observatório, o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, salientou a necessidade de aumentar a informação sobre a energia “de forma a conseguir uma discussão mais informada, mas também para ajudar a melhores decisões públicas.”

“O Observatório da Energia é um passo importante porque permite que a estratégia que temos seguido possa ser feita com mais informação, conhecimento e estudos sobre um setor tão determinante para a economia portuguesa e em acelerada evolução tecnológica, que necessita de cada vez mais e melhor informação para que possamos conduzir as mudanças necessárias na regulação e na legislação”, referiu o ministro.

O secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, que também esteve presente, assinalou o “propósito de descodificar a informação que não está acessível à generalidade dos consumidores”, acrescentando que a “obrigação de promover essa partilha deve caber ao Estado.”

Maria João Coelho, vice-presidente da Adene, falou da “ambição de estabelecer o Observatório como uma ferramenta importante de análise, envolvendo o maior número possível de interessados nas decisões energéticas que vão sendo implementadas para o país.”

A informação é o novo petróleo

Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico (IST), que definiu a “informação como o novo petróleo dos países”, considerou a iniciativa um “excelente exemplo de como dados já existentes podem ser usados para criar valor acrescentado aos mais diversos níveis.”

O presidente do IST deixou o desafio para que o trabalho realizado no âmbito do Observatório da Energia evolua no sentido de tornar os dados legíveis através de API’s (Aplication Program Interface), aplicações para telemóveis e web que “basicamente processam toda esta informação e a mostram da maneira mais interessante” para públicos específicos.

O novo portal está disponível em www.observatoriodaenergia.pt.

Texto e fotos por Carlos Alberto Costa

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