Resiliência nos sistemas de água: o exemplo de Tóquio

  • 14 novembro 2018, quarta-feira
  • Água

A Governadora de Tóquio, Yuriko Koiko, foi uma das keynote speakers do último Congresso Mundial da Água, que este ano teve lugar naquela cidade.

Koiko, que já ocupou também o cargo de Ministra do Ambiente do Japão, destacou a necessidade de cooperar para lá das fronteiras nacionais no que aos desafios da água diz respeito.

A responsável destacou as restrições que a cidade enfrenta em termos de recursos hídricos, com rios pequenos e pluviosidade concentrada sazonalmente. Dado que apenas pequenas quantidades de água circulam dentro e fora da baía de Tóquio, importa assegurar que a água devolvida ao ambiente só o é depois de um tratamento adequado. para a governadora, esse objetivo tem sido alcançado através do desenvolvimento tecnológico, que justifica a segurança da água para consumo nas torneiras.

Uso eficiente – o desafio do século XXI

Em termos globais, a água do planeta disponível para consumo é 0,01 por cento do total, ou seja, a que se encontra em reservas de água doce, sendo o restante água do mar. O desafio do século XXI é, para Yuriko Koiko, fazer um uso o mais eficiente possível dos recursos hídricos. Este desígnio não pode ser dissociado da boa gestão do ciclo urbano da água. As alterações climáticas acrescentam uma camada de dificuldade a este desafio, causando seca severa em algumas partes do mundo, enquanto outras se debatem com fenómenos de precipitação extrema. Foi o que aconteceu no Japão em Julho, quando cerca de 200 pessoas perderam a vida na sequência de cheias.

Ora, os sistemas de abastecimento e de tratamento de água também são afetados por estes fenómenos, bem como pelos desastres naturais, como os sismos, um fenómeno a que o Japão (e Portugal também) está sujeito, com elevado risco.

Fazer face a estes desafios implica aumentar a resiliência dos sistemas, o que, para Koiko, se consegue através da consciencialização e também da tecnologia. Reduzir, Reutilizar e Reciclar, uma conhecida tríade a que Koiko acrescenta o Respeito pelo que ainda pode ser usado, também pode ser aplicada à água. Proteger o ambiente implica perceber o valor dos recursos hídricos e da sua reciclagem. Quem está na primeira linha de resposta a desastres naturais tem de estar devidamente informado e preparado para os riscos a que os sistemas de água estão sujeitos, salienta Koiko.

A tecnologia ocupa um papel primordial não só na prevenção de fugas de água (em Tóquio apenas 3 por cento da água é perdida desta forma), mas também na construção de infraestrutura mais resistente – a cidade investiu num sistema de esgotos sismo-resistente.

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