Impacto neutro no clima até 2050: é possível?

A Comissão Europeia adotou, a 28 de novembro, uma visão estratégica a longo prazo para uma economia não só próspera mas também neutra em termos de carbono até 2050.

A tónica passa pelo realismo: soluções tecnológicas realistas, capacitação dos cidadãos e justiça social para uma transição justa são algumas das estratégias que a Comissão quer adotar. Para Maros Šefcovic, vice-presidente da Comissão e também responsável pela União da Energia, vincou a necessidade de não sacrificar as condições de vida das pessoas para se conseguir baixar emissões.

Com esta visão estratégica não se pretende estabelecer metas, alerta a Comissão, mas criar um rumo a seguir e planear a sua concretização, permitindo que as partes interessadas, os investigadores, os empresários e os cidadãos desenvolvam indústrias e empresas novas e inovadoras e os empregos que lhe estão associados.

Para Violeta Bulc, comissária responsável pelos transportes, “todos os modos de transporte devem contribuir para a descarbonização do sistema de mobilidade”, com o objetivo de chegar a “zero emissões líquidas até 2050”. Tal desígnio obriga, para a comissária, a uma abordagem sistémica, que congregue “veículos com emissões baixas ou nulas, um forte aumento da capacidade da rede ferroviária e uma organização muito mais eficiente do sistema de transportes, baseada na digitalização”.

Além de procurar prosseguir uma estratégia de justiça social na transição, esta estratégia é delineada também com o objetivo de resolver outros desafios ambientais, como a qualidade do ar ou a perda de biodiversidade. São sete as áreas que a Comissão considera estratégicas para chegar à neutralidade carbónica: eficiência energética; implantação de fontes de energia renováveis; mobilidade ecológica, segura e conectada; indústria competitiva e economia circular; infraestruturas e interconexões; bioeconomia e sumidouros naturais de carbono; captura e armazenagem de carbono a fim de eliminar as emissões remanescentes. Mas como abordá-las?

Forte envolvimento local

Numa primeira etapa, os ministros de todas s formações relevantes do Conselho deverão, dia 9 de maio, realizar debates estratégicos abrangentes sobre a contribuição dos respetivos domínios de intervenção para a visão global.

Esta estratégia representa também um convite à participação de todas as instituições da UE, dos parlamentos nacionais, do setor empresarial, das organizações não governamentais, das cidades e das comunidades, bem como dos cidadãos, no sentido de se adotar uma estratégia ambiciosa até ao início de 2020. Para esta estratégia deverão também contribuir os Planos Nacionais de Energia e Clima, que os Estados-Membros deverão começar a apresentar brevemente.

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